quarta-feira, 20 de junho de 2012

As praças


As ações serão feitas em três praças da região de A.E. Carvalho. Com encontros aos finais de semana com duas oficinas intercaladas em cada dia. Finalizando os encontros com um grande evento em cada praça para exposição dos trabalhos, apresentação de artistas e projeção de filmes.

16 de junho á 29 de julho Praça Padre Rossetti, rua Catende x rua Crateús (Artur Alvim)

18 de agosto a 30 de setembro-  Praça Antônio Otávio Feliciano, rua Acauã x rua Carangará (A.E. Carvalho)

20 de outubro a 2 de dezembro- Praça da Escola Estadual Prof. Antonio de Oliveira Camargo, rua Engenheiro Carlos Grazia, 500 (Vila União)

O que quer


            Nas grandes cidades os espaços públicos deixam de ser lugares de jogos, trocas e vivência, sendo legados ao regime do mercado e valor imobiliário. E em bairros periféricos isso se mostra evidente. As pessoas se veem fora da possibilidade de serem criadoras e gestoras de seu próprio ambiente.
            O grupo quer trabalhar pela revitalização das relações nos espaços públicos, para que deixem de ser apenas lugar-de-passagem e passem a integrar o dia-a-dia das comunidades. Tornando-se um espaço de ampliação dos conhecimentos, de lazer, produção artística e vida comunitária, garantindo também o direito ao acesso a bens culturais. Criando uma convivência no bairro que provoque a troca de saberes e experiências, e diminuição do atrito e violência.
            A Praça então se apresenta como lugar possível para a elaboração de outra visão da realidade, onde cada um, como parte de um coletivo, será responsável e criador de seu ecossistema.

            As ações serão realizadas inicialmente em 3 praças da região de A.E. Carvalho/Artur Alvim, tendo uma estadia de 2 meses em cada.
O projeto faz um levantamento do histórico e atividades locais. E encontros aos fins de semana nas praças. Desenvolvendo durante os encontros oficinas de Horticultura Urbana, Linguagens artístico-visuais, Criação literária e Construção de jogos com materiais reciclados.
Finalizando todo o processo com um evento na praça, onde terão apresentação e exposição dos materiais das oficinas, pintura nos muros e postes do entorno e projeção de filmes, além de apresentações de artistas locais e convidados.

Quem é


Somos um grupo inicial de quatro pessoas, artistas e ativistas em nosso dia-a-dia. Cada um com sua bagagem de conhecimento e área de atuação no projeto. Amigos e parceiros, que ousaram por meio da troca de conhecimento uma pequena mudança no cenário das relações cotidianas.
Trabalhando inicialmente quatro elementos: a terra e seu cuidado, o fogo da criação a partir do que é tido como lixo pra se transformar em brinquedos, o ar que irradia da pena e faz de cada palavra um portal de conhecimento, e a expressão aquosa das tintas e suas imagens.
Quem sabe juntando esses elementos podemos ver surgir um quinto, uma consciência expandida do que é o mundo que nos rodeia, nossas comunidades e relações pessoais.
Queremos ser bem mais que quatro pessoas, que possamos nos transformar num grande coletivo, que nossas ações cresçam e as praças sejam tomadas por aqueles que as rodeiam.

O que é


Projeto de ocupação e revivência em praças públicas, buscando a transformação desses espaços que antes eram de encontro e convivência, mas que com a individualização e enclausuramento moderno acabou por se perderem.
As praças públicas antigamente foram lugares para difundir e trocar conhecimento e bens. Congregavam cidadãos e permitia discussões políticas e cotidianas. Infelizmente muito disso se perdeu. No Brasil, nem sempre esses espaços cumprem a função de agregadores do saber, sendo abandonados pelo poder público e, consequentemente, evitados pela população.
O projeto intenta por meio de oficinas e vivências coletivas com os arredores dos espaços e praças a retomada e cuidado destes.

As Oficinas


Horticultura Urbana
Nas cidades nos é imposto um distanciamento de meios naturais de vida e contato com a terra, de tal forma que acabamos privados de conhecer até mesmo nosso próprio corpo, suas necessidades, mazelas e remédios. Tornamo-nos cada vez mais vitimas de indústrias. Entupimo-nos de remédios quando temos uma dor de barriga ao invés de buscar uma planta no jardim que irá nos curar, corremos ao mercado para comprar tomate ao invés de cultivá-los no quintal.
Podemos retomar tais práticas com atos simples e prazerosos, como fazer hortas e cultivos em nossos quintais ou pequenos espaços, religando-nos à terra e sua cultura, independente do lugar onde nos encontremos.
O objetivo da oficina é a retomada com meios naturais e contato com a terra. Começando por passos simples, construindo a relação e cuidado com a terra e com o próprio corpo. Passando por técnicas de plantio em espaços alternativos (garrafas pets, latas, calhas, pneus...), construção de composteira, até a formação de uma horta comunitária nas praças com a formação de agentes locais de manutenção destas.

Jogos e Brinquedos Reciclados
         No atual mundo virtualizado, têm-se perdido os sabores e gostos de infância: o brincar na rua, sujar-se e rasgar-se inteiro, mas voltar pra casa contente; o gosto da descoberta de brinquedos no improvável. Têm-se apelado cada vez menos para a imaginação e cada vez mais para o consumo desenfreado. Resgatar os brinquedos antigos é retomar um pedaço da história de cada um de nós, e fazer isso utilizando-se materiais recicláveis, traz a possibilidade de explorar o lúdico reavaliando o que chamamos lixo.  
          A oficina tem por objetivo, através do lúdico, reavaliar os materiais até então encarados como lixo para transformá-los em brinquedos de simples confecção e extensa diversão. Explorar o máximo possível um único material para através dele extrair diversas possibilidades de brincar. Uma garrafa pet é material bastante para fazer ao menos dois brinquedos. Com um caderno de jornal, existem também amplas possibilidades.

Criação Literária
Temos latente em nós potencias infinitos de criação e expressão. Potencias essas que acabam por não despertar em sua maioria, em grande parte por uma falha nos métodos pedagógicos de ensino e falta de estímulos. A oficina tem por objetivo despertar e conscientizar cada um dos participantes desses potenciais. Utilizando de meios lúdicos e linguagem simples, e material de referencia moderno que dialoguem diretamente com os participantes, sem deixar de resgatar as tradições populares.

Artes Visuais
As artes como um todo estão presentes em tudo que nos rodeia desde a embalagem de um produto qualquer até a roupa que vestimos, a forma como se organizam as ruas da cidade até o desenho grafitado em um muro. A oficina de Artes Visuais visa despertar o olhar cuidadoso para as formas de expressão artística que nos rodeiam e que fazem parte de nosso cotidiano. Despertar para a apreciação destes elementos da realidade e para a possibilidade de tornar-se parte dessa produção. Dar suporte técnico para os talentos já despertos e apresentar possibilidades aos novos.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Projeto Praça Viva é


Você conhece seu vizinho do lado? E na casa da frente, quem mora? Sabe o nome daquela dona da rua de baixo? E seu bairro? O que ele significa pra você? É só um lugar onde tem sua casa pra descansar do trabalho?

Cada macaco no seu galho, cada um no seu quadrado. Esse é o lema dos nossos tempos modernos. Cuide do seu que cuido do meu. Cada um com seus problemas. Grades nas janelas, portões acorrentados, portas trancadas. A vida em comunidade é espécie em extinção. Os bairros hoje não passam de um amontoado de casas onde moram amontoados de pessoas. E só. E sós. A sós.

Na contramão dessa maré, nós, do Projeto Praça viva, resolvemos tocar nosso barco. Como? Praça. A praça, tempos atrás, já foi um ponto importante para as comunidades. Seus bisavós, seus avós e até mesmo seus pais (dependendo da sua idade) podem ter se conhecido numa praça. Ou se não, pelo menos ter passado boa parte do seu romance numa delas. Sim, você, de pé aí (ou sentado), pode ser fruto de uma praça. Praças eram ponto comum, onde tudo acontecia. Conversas, namoricos, jogos e brincadeiras, protestos, manifestações artísticas. Ainda hoje, em algumas cidades do interior podemos ver essa função nelas. Mas aqui, em plena cidade grande, não mais. Muitas delas aqui na cidade, inclusive, acabaram se tornando pontos indesejáveis. “Não vem pela praça que é perigoso”. “Ei menino, sai daí que é sujo!”.

Pensando nisso, o Projeto Praça Viva escolheu algumas praças para apostar suas fichas e depositar seus esforços. Acreditamos que, ainda hoje, praças podem ser utilizadas para ajudar a deixar nossa cidade um pouco menos cinza e nossas comunidades um pouco mais ricas. Então colocamos o pé na rua e a mão na massa para revitalizá-las.

Serão dois meses de atividades em cada um dos pontos escolhidos. Entre elas oficinas de horta urbana, jogos e brincadeiras, criação literária e artes visuais. Tudo com muita integração, bate-papo, música, arte e cultura. É criar identidade. É produzir e consumir cultura, experiência de vida. É poder dizer “nós somos quem somos e fazemos o que fazemos”.

O projeto é voltado a tudo e a todos. Do molequinho descalço à senhora cansada. Netos, estudantes, pais de família, donas de casa, avôs, aposentados, jovens, adolescentes.

Todos são bem-vindos. E necessários. 

O projeto não acontece sem vocês. Sem as experiências de vocês, sem a vida de vocês. Cada um acrescenta um pouco do que tem, do que sabe. Porque a praça é nossa. E não é a da TV. A praça é nosso quintal.

Então, nos vemos lá!